quarta-feira, 28 de dezembro de 2011

Adeus ano velho... Happy new year!

Com o final do ano se aproximando e a volta dos discos de vinil cada vez mais em alta, foram lançadas 500 cópias do compacto Happy New Year em vinil, como não podia deixar de ser. A edição especial e limitada foi anunciada pelo site oficial do ABBA no final de novembro e rapidinho esgotou.


Os fãs do quarteto, sempre ávidos por novidades, não perderam tempo. Apesar de não ser uma 'novidade' propriamente dita, o fato de ser uma edição limitada em vinil fez desse compacto um disputado item de colecionador. Infelizmente, um privilégio exclusivo dos Europeus, já que esse tipo de material passa longe do Brasil. No lado B foi incluída The Way Old Friends Do. As duas faixas, lançadas pela primeira vez no álbum Super Trouper, de 1980, permanecem como duas das favoritas dos fãs, entre as canções do ABBA menos conhecidas do grande público.

Poucos sabem, mas Happy New Year foi originalmente pensada como parte de um musical. Durante vários anos Benny e Björn nutriram o sonho de expandirem seus talentos para o mundo dos musicais. Queriam ultrapassar o limite do album pop convencional - contendo normalmente 10 canções - para criar uma peça musical com uma boa trama, onde pudessem exercitar mais a criatividade.

Em 1980 os dois compositores do ABBA viajarm para Barbados, em busca de inspiração para comporem faixas para o álbum Super Trouper, ainda sem nome e que seria lançado naquele mesmo ano. No avião, tiveram a idéia de escrever um musical que se passaria na véspera do Ano Novo. “Achamos que seria uma boa estrutura: algumas pessoas em uma sala, relembrando o que havia passado, pensando no futuro, esse tipo de coisa”, recorda Benny.

O ator inglês John Cleese
Em Barbados, encontraram por acaso o ator inglês John Cleese (famoso pela série de comédia britânica Monty Python’s Flying Circus) e sugeriram a ele que escrevesse a história para o musical. Infelizmente, Cleese não se mostrou muito interessado e o que permaneceu da idéia original foi a inspiração para uma canção cujo tema era o Ano Novo: Happy New Year. Por muitos anos, uma performance do ABBA feita especialmente para a televisão sueca foi exibida na noite de réveillon, na Suécia. 

Lasse Hallström, que dirigiu praticamente todos os clipes do ABBA, tinha o dom da improvisação e da inovação. Sua criatividade produzia resultados muito interessantes. Para o vídeo de Happy New Year, por exemplo, ele utilizou seu próprio apartamento como cenário, intercalado com imagens feitas na mesma ocasião em que outro clipe (Super Trouper) foi filmado.

Apesar de não ter sido lançada em compacto naquela época, aqui no Brasil a música foi lançada em um compacto duplo pela RCA, contendo também The Winner Takes It All, Super Trouper e Andante, Andante. Ou seja, nós também tivemos nossa "edição especial", só que em 1981...


A verdade é que com ou sem edição especial, o que fica de Happy New Year para os fãs do ABBA do mundo todo é a bela mensagem da canção, composta há mais de 30 anos e até hoje lembrada como um hino à esperança de um mundo melhor.

segunda-feira, 19 de dezembro de 2011

O "mais mais" dos musicais

Depois de mais de um ano em cartaz e após 355 apresentações no Teatro Abril, em São Paulo, o musical Mamma Mia! se despediu ontem dos palcos brasileiros com uma performance emocionante e casa cheia. Saulo Vasconcelos, um dos protagonistas, escreveu hoje em seu Facebook: "O que foi o público de ontem? Acho que nunca vi nada igual na minha vida!". Kiara Sasso, com quem Saulo dividiu os palcos, também comemorou: "Nunca passei por um último dia de espetáculo tão incrível como foi o de Mamma Mia! Uma história de amor tão linda de uma filha e uma mãe, as descobertas das duas com os possíveis pais... Foi um prazer dar vida à Donna e poder contar essa história por mais de um ano! A memória de ontem está cravada no meu coração pra sempre".


O mesmo sentimento foi compartilhado pelo resto do elenco e pelo público que assistiu à última apresentação de Mamma Mia! no Brasil. O musical, diga-se de passagem, é um verdadeiro fenômeno mundial. Visto por mais de 42 milhões de pessoas de mais de 30 países, já arrecadou mais de 2 bilhões de dólares de bilheteria. Estreou em mais cidades em todo o mundo com mais rapidez que qualquer outro musical na história. Já deu para perceber que, no caso de Mamma Mia!, "mais" é a palavra da vez.

Kiara Sasso ("Donna")
Desde 1999 o musical está em cartaz em Londres, ininterruptamente. Na Broadway completou 10 anos dois meses atrás, em outubro. A razão de tanto sucesso? As canções do ABBA, claro. Ninguém  imaginava que, mais de três décadas depois do fim do grupo, suas músicas fossem estar tão vivas quanto eram nos anos 70, ou até mais do que naquela década. Mamma Mia! continua perpetuando o sucesso contagiante dos hits do ABBA para uma nova geração de fãs que cresce a cada dia mundo afora.

Kiara Sasso, que viveu a Donna na versão brasileira do musical, conta que antes de viver a protagonista da peça só conhecia as músicas mais famosas do ABBA. "A primeira vez acho que foi quando eu era bem criança, na festa de 15 anos de uma prima. Dancing Queen". Até que muitos anos depois assistiu ao musical em Nova York. "Fui conhecer todas melhor ouvindo o CD do musical", falou ela ao blog. "As músicas têm letras e estórias lindas. As pessoas realmente prestam atenção quando essas músicas são inseridas numa estória".

Saulo Vasconcelos, que viveu Sam, um dos três namorados de Donna na peça, buscou longe na memória para se lembrar do primeiro contato com a música do ABBA: "Foi na casa da Maria, que trabalhou durante anos lá em casa, em Brasília. Lembro que era um LP, daqueles bolachões de colocar na vitrola. Comecei a ouvir The Winner Takes It All e me emocionei. Achei a voz da mulher muito bonita e a música tinha um quê de melancolia, mas também tinha uma levada super bacana".

Saulo Vasconcelos ("Sam")
Assim como a colega de palco Kiara, antes de Mamma Mia! Saulo tinha contato apenas com as canções mais famosas do ABBA: "Usava algumas delas para dar minhas aulas de canto pras minhas alunas. São músicas muito boas para se cantar porque têm uma linha de canto bacana para o gênero pop. Hoje em dia o pop tem muito mais atitude e muito menos estética, em termos de voz. Por isso ABBA é diferente e especial".

Sobre suas cenas favoritas, eles têm opiniões diferentes. Kiara adora cena do quarto com Rosie (Andrezza Massei) e Tanya (Rachel Ripani), em que as três cantam Dancing Queen. Já Saulo gosta da cena em que seu personagem discute com o de Kiara, cantando S.O.S., e os dois trazem à tona os bons tempos daquele amor intenso que viveram.

Em uma coisa todos concordam: a temporada brasileira de Mamma Mia! mal saiu de cartaz e já deixa saudades no país todo.

Agradecimentos: Kiara Sasso e Saulo Vasconcelos.
Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...